Este trabalho fez uso de poliquetas, corais e moluscos como ferramentas para o biomonitoramento de poluentes tóxicos como os Compostos Heterocíclicos Aromáticos contendo enxofre (PASHs) e do metal mercúrio (Hg) na costa litorânea do estado da Bahia. Com o intuito de aprofundar sobre possíveis aspectos químicos que interferem na bioacumulação de ambos os poluentes nas biotas, estabeleceram-se correlações multivariadas de Spearman entre as concentrações destes contaminantes. Para estas correlações, utilizou-se como base para a interpretação de correlações significativas a teoria da tiofilicidade (Afinidade ao enxofre). Nesta teoria, utiliza-se uma escala de afinidade que serve como anteparo para justificar possíveis interações positivas entre o átomo de enxofre presente na estrutura de PASHs e o elemento mercúrio. Os resultados evidenciaram que 4-MDBT-Hg e o 2,1-BPT-Hg, mostraram-se possíveis de serem relacionados com o conceito desta teoria. Além da determinação da ocorrência de PASHs no meio ambiente, foi realizado teste in vivo com o organismo modelo (Artemia Franciscana) com o intuito de expandir os conhecimentos sobre os efeitos tóxicos de PASHs em organismos marinhos. Os testes realizados foram de toxicidade e bioacumulação na presença do dibenzotiofeno e do cloreto de mercúrio. Os resultados observados para o Artemia Franciscana demonstram que houve aumento de 100% na mortalidade nos organismos modelo na presença mútua do DBT e mercúrio em concentrações equivalentes. De modo geral, os experimentos previamente citados contribuem para ampliação do escopo sobre a ocorrência, toxicidade e bioacumulação de PASHs e Hg ambiente marinho ou biota bem como dos efeitos tóxicos sinérgicos quando há mútua ocorrência de dibenzotiofeno (DBT) e mercúrio em biota marinha.
Caracterização e Interações de PASHs e Mercúrio na Biota Marinha: Uma Perspectiva Químico-Ecotoxicológica
Data da Defesa:
quinta-feira, 21 Agosto, 2025 - 14:00